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Me Cookies and Milk

Me Cookies and Milk

27 de Junho, 2016

Ginástica matinal

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Levantas-te às 7h30 para lavar e passar a bata do colégio que me esqueci no bolso da roupa suja da mochila. Tomas o pequeno-almoço e, ao mesmo tempo, aproveitas para tirar leite. A cria mais nova acorda. Dás-lhe de mamar. Veste-lo. Lavas a cara. Ele chora. Vais ao quarto colocar a chupeta e acalmá-lo. Limpas a cara e pões creme. Ele chora. Vais ao quarto colocar a chupeta e acalmá-lo. Vestes as calças. Ele chora. Vais ao quarto colocar a chupeta e acalmá-lo. Vestes uma camisa. Ele chora. Desistes, vais ao quarto pegas nele ao colo e vais preparar a roupa do Dinis. O Dinis acorda e deito-o à beira do irmão para se entreter. Aproveito e tento pentear-me. Volta a chorar. Deixo a trança a meio e faço um rabo-de-cavalo. Visto o Dinis o pai dá-lhe a papa. Lavo os dentes ao Dinis e barro-o com protetor solar. Meto o Martim no carrinho, dou-lhe um gizo e durante 2 minutos cala-se. Meto os sacos (mochila colégio, lancheira, mochila brinquedos) pendurados no carro e saímos. Não, não saímos. O Dinis começa a chorar porque está com comichão no corpo. Regressamos à casa de banho e deito-lhe pomada. Pede colo. Explico que não consigo. Começa a chorar porque quer colo. O choro desencadeia-lhe uma crise de tosse. Chora mais. O Martim começa a chorar. Desisto e saio com os dois aos gritos. O carro ficou longe à sombra. O Dinis queixa-se que não quer andar porque está calor e muito sol e agarra-se às minhas pernas. Chora. O Martim continua a chorar. Chegamos ao carro e percebo que me esqueci do leite que tinha tirado. Regressamos a casa. Pegamos no leite e voltamos para o carro. Os rapazes continuam a choramingar. Meto a tralha toda no carro. Meto os rapazes e arranco para o colégio. O Dinis não quer sair. O Martim continua a choramingar e a meter tudo à boca (dentes + calor = desespero). Lá convenço o Dinis a sair. Deixo o Martim com a senhora da entrada e deixo o Dinis na sala. Pego no Martim, agradeço à senhora e meto-o no carro. Chegamos à casa da avó. Pego nos sacos. Vejo leite no chão. O frasco tinha virado e vertido o leite. Respiro fundo. Tiro o tapete. Tiro o Martim. Arrumo tudo. Limpo os sacos que tinham leite. Dou de mamar ao Martim. Meto o lanche numa saca plástica. Despeço-me do Martim. Chego ao trabalho. Sento-me. Faltam 5 minutos para as 10h. Não cheguei atrasada. Respiro fundo.
Bom dia!

22 de Junho, 2016

Hoje e sempre Portugal

Me

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O transito desapareceu. Lá fora corre apenas uma ligeira brisa neste dia quente. Ouve-se pontualmente um carro a passar longe na estrada, alguém cujos afazeres não dão folga para ficar especado em frente a uma televisão. Talvez naquele carro se ouça o relato.
O mundo gira agora à volta de algum ecrã. Seja um ecrã de computador, televisão, telemóvel. Vale tudo, desde que dê o jogo.
Este ano o campeonato da Europa de futebol passa um bocadinho ao lado lá por casa. As crias roubaram-nos o tempo para ficar em frente à televisão a ver as noticias e os jogos. Exigem tempo para eles e nós damos-lhes com todo gosto.
Hoje o Dinis vestiu a camisola de Portugal. Nunca o fez. Somos orgulhosamente Portugueses todos os dias, haja ou não jogo. Mas ele quis e eu não tinha porque lhe dizer que não…
Força seleção portuguesa.

16 de Junho, 2016

Adeus chupeta para sempre... ou até já?

Me

Andávamos há imenso tempo a recolher ideias para tirar a chupeta ao Dinis. Ele só pega na chupeta para dormir, mas mesmo assim achamos que com 3 anos e meio já estava na hora de começar a tratar disso. Vimos ideias muito engraçadas:
_Pendurar a chupeta num balão com hélio e convida-lo a larga-la. Era giro vê-la a afastar-se no horizonte e talvez ele percebesse que nunca mais voltava;
_Começar a cortar aos poucos. Assim a sucção ia ficar diferente e talvez ele deixasse de ter interesse pela chupeta. A ideia até podia ser boa, mas ficamos com receio que ela se desfizesse e ele engolisse alguma coisa;
_Pedir a alguém que se mascarasse de fada das chupetas e trocasse a chupeta por um presente;
_Levá-lo ao dentista para lhe explicar o mal que faz aos dentes. Eu já o tinha tentado “assustar”, mas talvez uma bata branca o assustasse a sério;

Tivemos também sugestões mais radicais:
_“Leva-o ao pediatra e pede-lhe para o envergonhar em frente a outros meninos”
_“Tira-lhe a chupeta e atira-a – mesmo – pela janela”
_“Esfrega a chupeta num chão muito sujo para ele ficar com nojo dela”

Não usamos nenhuma desta ideia.

Ontem um Dinis fez uma birra descomunal ao deitar-se. Tanto se enervou que com os dentes estragou um bocadinho a chupeta. Mostrei-lhe o que fez e aproveitei para a acabar de desfazer. Ficou boquiaberto e depois de lhe explicar que seria perigoso continuar com a chupeta, aceitou o meu pedido para a deitar fora. Custou a adormecer, mas ao fim de 1 hora lá cedeu ao cansaço. Hoje vamos lá ver como se porta. Espero que não tente roubar a chupeta ao Martim :D

 

12 de Junho, 2016

Treinadoras de bancada #1

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Médico: Leite materno exclusivo até aos 6 meses, mas se não conseguir tirar leite comece a dar-lhe uma peça de fruta.

"Treinadoras de bancada": Esta criança tem é fome! Ainda não dás sopa ao miúdo?! As minhas filhas aos três meses e meio já comiam sopa de feijão! Dá mas é suplemeto a menino! So dás fruta? Não lhe dás sequer uma bolachinha? Coitado do menino, ele tem é fome! Não faz cocó? Claro é por não lhe dares sopa!

Podia ficar aqui o dia todo a transcrever os bitaites que tenho ouvido nos últimos dias sobre a alimentação do Martim. Os médicos aconselham alimentação exclusiva com leite materno até aos 6 meses. Mas eu não estava a conseguir tirar leite suficiente e introduzi a fruta aos 4 meses e meio por indicação do pediatra. Ele gosta e come bem. Estou assim a tentar adiar a introdução da sopa para os 5 meses e meio/6meses. Mas com tanta pressão à volta, não tarda nada o rapaz já come bacalhau frito com grelos e batatas fritas...

Aiii o que uma mãe sofre 

09 de Junho, 2016

Sistema informático da Segurança Social, aguenta-te!

Me

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Os avós vão fazer a sua primeira viagem de férias, vão a Roma (aiii inveja boa), logo tive de tirar uns dias de férias para ficar com a cria mais nova em casa.
Aproveitei para ir (outra vez) à segurança social para perceber o que se passa com o subsídio de maternidade que ainda não se deram ao trabalho de pagar. Sim, literalmente não se deram ao trabalho de processar o pagamento do subsídio.
Quando ao fim de 1 mês e meio de licença não vimos cair na conta um cêntimo da segurança social, fomos lá. Esqueceram-se de actualizar o nosso NIB. Ficamos incrédulos, respiramos fundo e pensamos “ok, errar é humano, não vamos reclamar”. Aguardamos mais um mês, e outro, e lá caiu o subsídio de 1 mês e meio de licença, mas já tinham passado 4 meses e eu estava prestes a regressar ao trabalho. Voltei lá. Disseram que tinham de esperar que o banco devolvesse o pagamento, bla bla bla wiskas saquetas, mas que no próximo mês nos pagavam tudo… Voltamos a respirar fundo e acreditamos na palavra da senhora. Fizemos mal. Passou mais 1 mês e nada!
Voltei lá hoje, de caneta em cunho para reclamar e exigir responsabilidades. Fui atendida por uma senhora tão delicada e afável que perdi a vontade de reclamar. Mostrou-se preocupada, ligou para a contabilidade (ouvia-a, numa outra sala, ao telefone a reclamar com as colegas), imprimiu o meu processo e disse:
- Não se preocupe, eu vou acompanhar o processo e garantir que recebe as prestações em falta no próximo processamento. O problema é que o próximo é para pagamento a 21 de julho…”
- Ai meu Deus, mais 1 mês e meio à espera?!? – desabafei
- Sim, não podemos fazer mais nada a não ser garantir que não é esquecida na próxima vez…
Agradeci e preparei-me para levantar já a pensar como ia conseguir esticar o dinheiro por mais este tempo. As lágrimas vieram-me aos olhos. Ela olhou para mim e disse “Vai lá fora e peça para falar com o Director. Reclame!”
Levantei os olhos e disse-lhe que não a queria prejudicar porque ela tinha sido tão simpática comigo, ao que ela respondeu “Não me prejudica. Só vai exigir o que é seu por direito próprio e contribuir para que estas situações lamentáveis não se voltem a repetir”.
Agradeci e fiz o que ela disse.
O director recebeu-me de rosto fechado e pouco simpático. Depois de relatar tudo de forma cordial, mas não menos indignada, pediu-me desculpa e mostrou-me no computador que já estava dada a ordem de pagamento. Foi a senhora que me atendeu anteriormente que o tinha feito. Já o podiam ter feito nas outras vezes que lá fui reclamar mas tinham decidido não o fazer. Disse ele “Bastava clicar num botão a dizer “sim, reemitir pagamento”. Suspirou e eu suspirei também pela falta de sorte e de profissionalismo. Disse-me que no final do mês de Julho recebia as prestações em falta a não ser que houvesse um colapso informático.
À sorte que temos nestas coisas, é bem provável que o sistema informático da segurança social arrebente nos próximos tempos.
Vamos esperar que não 

06 de Junho, 2016

As nossas dores

Me

As nossas dores parecem sempre maiores do que as dos outros. São nossas, sentimo-las na pele. Mas não é verdade. Às vezes, para não dizer sempre, precisamos de olhar para o lado para percebermos como somos injustos ao acharmos que não temos sorte nenhuma.
Há alguns anos, tinha o Dinis alguns meses, estava a assistir a um workshop sobre Recursos Humanos e falava-se de resiliência. Enquanto a oradora falava, eu trocava mensagens com o Zé sobre o aspeto do cocó do Dinis. O Dinis quando está prestes a cair de doente, o primeiro sintoma é um cocó estranho (não vou ser mais descritiva porque acho que ninguém está interessado em saber como é o aspeto do mesmo ). Ele estava em casa e eu estava preocupada com o Dinis. Persentia que ia ficar novamente doente com mais uma bronquiolite e estava com medo. Medo das noites com ele ao colo, com picos de febre muito irregulares, rabugento, com tosse ininterrupta e sem apetite nenhum. Durante a troca de mensagens ouvi uma participante a pedir autorização para falar. Eu, continuava a trocar mensagens. Tomou a palavra e contou com venceu um cancro. Fui levantando os olhos do telemóvel e segui a voz até encontrar o rosto daquela mulher. Tinha vinte e poucos anos. Venceu a batalha contra o cancro e estava ali a incentivar as pessoas para pararem de se queixar. Não é suposto travar uma batalha assim tão jovem. Mas ela felizmente (como tantas outras) deu luta e venceu.
Tinha deixado uma mensagem para  o Zé a meio, voltei os olhos para o telemóvel e senti-me envergonhada por estar a achar que o mundo estava prestes a ruir porque o Dinis poderia estar a ficar doente. Ele ainda nem estava doente, e eu já estava aflita. Apaguei a mensagem, guardei o telemóvel e levantei os olhos para aquela rapariga. Fixei-a e pedi-lhe desculpa nos meus pensamentos. Pedi-lhe desculpa por achar que a minha vida é difícil quando ela teve um teste tão duro à sua coragem, fé e força e não virou costas ao problema.
Hoje, o Dinis já deu sinais que os próximos dias vão ser de choco por casa. Tenho medo, é inevitável… mas aquela rapariga não me sai da cabeça nestas ocasiões. Ganho vergonha e ganho coragem para ser a mãe forte e corajosa que ele precisa.

01 de Junho, 2016

Dia da criança e as batatas fritas

Me

- Então Dinis gostaste da festa do dia da criança que o colégio fez?
- Sim. O Barbosa comeu as batatas fritas TODAS!!!
- Então vai ficar com uma valente dor de barriga. E mais? Além do picnic o que gostaste mais?
- A Ana ralhou com o meu amigo?
- Porquê? Que amiguinho?
- O Barbosa porque comeu as batatas fritas todas. Comeu uma, depois outra e mais outra… Comeu TUDO!
- OK. Já percebi que o Barbosa gosta muito de batatas fritas..
- Eu também, mas só comi 2 porque o Barbosa comeu o resto.
- OK. Além de batatas fritas o que havia mais no picnic?
- Presunto.
- PRESUNTO?!?
- Sim. Batatas fritas de presunto!
E pronto, andou o colégio a preparar uma festa do dia da criança tão bonita, num espaço ao ar livre, junto ao rio, e ele só fala nas batatas fritas