Estamos em fila no trânsito e alguém desata a apitar com toda intensidade e persistência que quase nos mata com o susto. Oh amigo, estamos todos na mesma situação. Ou arranjas umas asas ou esperas como todos nós – penso eu.
Estás na fila do supermercado e o cliente que está atrás de ti cola o carrinho às tuas costas e começa a “bufar” com toda a intensidade que até ficas com frio com toda a ventania que ele gera. Oh amigo, se aqui houvesse umas pás eólicas conseguia gerar energia suficiente para iluminar o hipermercado – penso eu.
Vais a um casamento e toda gente aponta os seus smartphones à noiva na entrada da igreja, como se de armas se tratassem. Metem-se à frente de toda a gente, inclusive do desgraçado do noivo que perde o momento mais bonito da cerimónia (pelo menos para mim). Oh amigo, se fosse a mãe do noivo punha-te blush nessa cara com tanta chapada – penso eu.
Cruzaste com um colega que te pergunta “Tão, as férias foram boas?”. Respondes “Sim, embora os miúdos tenham ficado doentes…” Corta-te logo a palavra para contar qualquer coisa sobre as férias dele, sem querer saber mais sobre ti, nem dos miúdos. Oh amigo, eu quero lá saber que tenhas nadado com tubarões. Embora tenha sido um desperdício não lhe teres feito festinhas – penso eu.
Ligas a uma colega a dizer “Caraças, estou com um problema…”. Interrompe-te antes de acabar a frase com algo do género “E eu? Estou bem pior!”. Nem sabe o que vou dizer, mas seja o que for os problemas dela são bem piores. Enfim!
Isto tudo são episódios frequentes. Coisas do dia-a-dia que só trazem ao de cima o egoísmo do ser humano. A maior parte de nós vive focada em si. Completamente indiferente às pessoas que estão ao seu lado.
Páramos para pensar que aquela fila de trânsito pode existir por causa de um grave acidente? Não! Achamos sim que é por causa de um aselha que decidiu tomar o pequeno-almoço no café da esquina e deixou o carro no meio da estrada.
Paramos para ouvir os desabafos de alguém. Claro que não! Desatamos logo a relatar os nossos problemas como se fossem os maiores do mundo.
Não paramos para ouvir quem temos ao nosso lado, nem tão pouco observa-los. Precipitamo-nos nas conclusões que tiramos sobre determinado episódio ou assunto e nem damos a hipótese da nossa teoria estar errada. Somos egoístas e depois queixamo-nos que o mundo está cada vez mais violento.
Levantemos os olhos do nosso umbigo e olhemos para o lado. É uma boa maneira de começar a tornar este mundo bem melhor.
Fica a dica.