Martim, o bravo
O Dinis sempre comeu muito bem. Desde a primeira sopa, aquela só de batata e alface (ca chica) que abre a boca sem grandes fitas. Embora não seja fã de “coisas verdes” (brócolos, penca, salsa, etc) ele diz para não me preocupar porque no colégio come tudo. A educadora confirma. Cá em casa só na sopa e tudo ralado.
Já com o senhor Martim isto é um verdadeiro festival para comer. Ele é sininhos a tocar, o avô a dançar, a avó a cantar, o pai a bater palmas, e eu a tentar arranjar um espacinho na boca para lhe enfiar um bocado de sopa.
No colégio pelos vistos o festival é o mesmo. Sempre que o vou buscar pergunto sempre como se portou e a resposta é sempre “aiii mãe nem pergunte….”. Elas queixam-se das fitas que ele faz para não comer e que todos os dias ele aprimora as técnicas: ele cospe a sopa, ele puxa o prato e deita a sopa ao chão, chora, esperneia, adormece e mais umas tantas coisas extraordinárias para um bebé de 11 meses.
O Martim é conhecido no colégio pelo “bravo” (pelas birras e mau feitio para comer), mas também é conhecido pelo sorriso rasgado que tem sempre até lhe aparecerem com um prato de sopa à frente.
Talvez um dia esta aversão à sopa passe. Ou talvez não. Seja como for só quero que ele continue a ser conhecido pelo “bravo”, mas pela sua bravura, por ser um valente.