Chupeta, adio adieu aufiderzin goodbye!
É oficial, o Martim deixou a chupeta.
Ora aqui está mais um tema que passavam a vida a chamar-me a atenção. “Então mãe, está na hora de tirar a chupeta ao Martim!”, “Ele já não precisa da chupeta!”, “Quanto mais tempo passa, pior vai ser!”, “Vai ficar com os dentes tortos!”, etc, etc, etc. A vocês, almas impiedosas, que são o supermodelo de mãe, que têm toda a experiência do mundo, que são aconselhadas pelos melhores pediatras do planeta, e leem tudo sobre desenvolvimento psíquico/motor/emocional/parental e coisa e tal, tenho apenas uma palavra a vos dirigir: CALEM-SE!
Quando dizem que está na hora de tirar a chupeta, digo-vos que talvez precisasses vocês de uma chupeta para não falarem do que não sabem.
Quando dizem que já não precisa, vocês conhecem o miúdo de onde? Quem passa as noites ao lado dele? Quem está com ele nas birras e nas “ites” e viroses todas que apanha, ah? Aqui esta menina, por isso, sim, ele precisou da chupeta para acalmar quando não percebia o que se estava a passar. Ainda hoje não percebe, mas já percebe o suficiente para procurar outro consolo que não seja a chupeta.
Quando dizem que quanto mais tempo passa, pior é, estão tão enganadinhas. Quanto mais tempo passa, melhor percebem as nossas instruções e mais facilmente percebem que estamos a “falar a sério”.
Quando dizem que vai ficar com os dentes tortos, nem imaginam a vontade que tenho em deixar os vossos dentes tortos.
Enfim.
Sabem mães, não tem mal nenhum darmos a nossa opinião, partilharmos a nossa experiência e até conselhos, mas façam-no de boa fé e com humildade. Há uma coisa que a vida me lembra todos os dias, que não vale a pena fazer planos, sofrer ou vibrar por antecipação. Não vale a pena stressar de véspera, nem cantar vitória, porque não vai corresponder à nossa visão inicial.
O Martim cortou a chupeta (numa brincadeira) há mais de uma semana. Pensei que seria a oportunidade perfeita para a deixar. Disse-lhe que estava estragada e que não havia chupetas à venda para meninos tão grandes (mesmo que só tenha 26 meses). Olhou para mim e tentou mamar nela. Não conseguiu. Pediu que a colasse. Disse que não dava e sugeri que a deitasse ao lixo. Assim o fez. À noite para adormecer pediu-a. Disse-lhe que a tinha estragado e que estava no lixo. Chorou baixinho a pedir a “peta” durante uns 45 minutos. Calma, era apenas uma espécie de lamento, não era choro com lágrimas, baba e ranho. Era quase meia noite e só queria dormir, mas não cedi a dar-lhe a chupeta e acabar com aquele lamento. No dia seguinte voltou a pedi-la. Contei-lhe a mesma história, e ao fim de 30 minutos já dormia. Ao 3º dia já nem a pediu. O fim de semana passado encontrou uma chupeta. Pegou nela e admirado disse “Oia uma peta!”. Por instinto respondi “que nojo, deita fora”, e ele assim o fez.
E pronto, é isto! Sem grandes planos, sem pressões, nem muitas expectativas, seguimos, dia após dia, ao ritmo de cada um.
Estamos entendidos?