É um bebé, senhor, é um bebé!
O mais difícil de ter uma nova cria é, além de toda a insegurança de uma mãe (mesmo de 3ª viagem), é conseguir lidar com a interferência de outras pessoas no nosso mundo.
Os filhos têm uma ligação eterna às mães, mas, pelo menos, no primeiro mês de vida é essencial que vivam coladinhos um ao outro (literalmente). Mas mesmo com tanto colinho, nem sempre conseguimos manter o bebé sereno. Isto de existirem bebés que só comem e dormem, começo a achar que é um mito. Pelo menos aqui por casa não nos calhou nenhum destes modelos na rifa.
O Afonso à semelhança dos irmãos tem um choro estridente. Na mesma fase, chora menos que o Dinis e que o Martim, mas chora e isso deixa as pessoas que me rodeiam nervosas a exclamar coisas como “ai coitadinho”, “isto não é normal”, “pega nele assim”, “pega nele assado”, “dá cá que eu acalmo-o”, “são cólicas”, “é frio”, “é calor”, “é um pico de crescimento”, “tem fome”, “o teu leite não é suficiente” etc. Bitaites desnecessários aos quais dou sempre a mesma resposta “É UM BEBÉ!”
E é mesmo um bebé, e os bebés são assim, precisam de tempo para se adaptar a este novo mundo (eles e nós), estão em crescimento constante e com alguma imaturidade em alguns órgãos que provoca algum desconforto (por exemplo as cólicas), e apenas através do choro conseguem descarregar este desconforto (eles e nós).
Nunca desvalorizei o choro dos meus rapazes, mas nós mães sabemos quando um choro é mais do que um simples desconforto. Sentimo-lo apenas.
Nós já estamos inseguras que chegue, precisamos de sorrisos e frases como “vai ficar tudo bem”, por isso vá lá, menos bitaites e mais compreensão.