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Me Cookies and Milk

Me Cookies and Milk

13 de Julho, 2018

Eu ainda sou do tempo

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Eu sei que não é propriamente novidade o meu estado de graça, mas só temos direito a prioridade no atendimento na primeira gravidez? Eu sei, eu sei, gravidez não é doença, mas é normal neste tempo em que a gravidez é clara e não é confundível com um bom almoço de feijoada à transmontana, ninguém ter sugerido que passasse à frente na fila?

Olha, lá está esta a fazer-se de vitima. Queres usufruir do atendimento prioritário, pede!!
Se já estão a pensar isto, esqueçam! Isto não pretende ser uma queixa, mas mais uma preocupação sobre a falta de sensibilidade que tenho sentido.

Quando vou às compras levo, na maior parte das vezes, os rapazes comigo. Embora sejam pequeninos não são propriamente bebés de colo (embora o Martim ainda deite o barro à parede para ver se cola), por isso o facto de nunca ninguém me ter dado a vez na fila, pareceu-me aceitável.

Agora, há mais de um mês que a gravidez é clara, junto dois rapazes pequenos e, por norma, poucas compras e mesmo assim as pessoas olham, voltam a olhar, e continuam as suas vidas como se não tivessem visto nada? Ok, se tivesse 2 carrinhos de compras, acredito que ainda pensassem “porra, isto é coisa para demorar meia hora. Deixa lá disfarçar e fazer de conta que não me apercebi de nada!

Há cerca de 2 semanas fui de urgência às compras com ambos os rapazes. Dado o tamanho das filas nas caixas, como só tinha uma embalagem na mão, decidi ir para as caixas self-service (nem sei se é assim que se chamam). Estava a aguardar pela vez e eis que um casal passa à minha frente e vai para a caixa que tinha acabado de ficar livre. Fiquei surpreendida, chamei os rapazes que já iam disparados para a caixa, passou-me pela cabeça a palavra parvalhões, respirei fundo, percebi que eram mesmo parvos, e voltei a aguardar. Mas eis que a menina que estava a controlar as caixas os chama a atenção. “Desculpe, aquela senhora está primeiro.” Olham para ela, mas ignoram. A menina volta a insistir e ordena que me deem a vez não por estar grávida, mas porque estava primeiro. Senti que estavam capazes de me fuzilar, passei por eles em direção à caixa e entre dentes diziam coisas que não pareciam nada agradáveis. 2 minutos e estava despachada. Passei pela menina, agradeci-lhe segui a minha vida.

Ontem, embora sozinha, volto a encontrar uma fila gigante numa loja muito conhecida de roupa. Havia mais de 10 pessoas na fila e todas elas com peças suficientes para fazer 2 máquinas de roupa completas… Raios, eu só tenho 3 peças na mão, será que não há aquelas caixas tipo “para compras até 3 unidades”? Não há, por isso resta aguardar.

Reparo que as pessoas mais próximas à minha frente percebem que estou grávida. Olham entre si, mas não dizem nada. Voltam a olhar e eu faço questão de dar um jeito à blusa para que percebam que é mesmo gravidez e não uma bola de futebol que gamei na loja de desporto ao lado. Voltam a olhar entre si e não dizem nada. Penso “É hoje que alguém me vai dar a vez”. Voltam a olhar. Dou novo jeito à blusa e expiro num som típico de grávida que sofre com o calor. Voltam a ignorar. Desisto!

Saio da loja a pensar em todos estes episódios. É normal? É puro egoísmo? Desprezo? Inocência? Não sei! Mas se algum dia me virem e gentilmente me cederem a vez, fiquem a saber que vou agradecer e declinar (como o fiz nas outras gravidezes). Enquanto tiver uma gravidez sem riscos para o bebé e para a minha saúde vou esperar pela minha vez como sempre o fiz. Mas fiquem a saber que o vosso exemplo pode ser fundamental para a educação dos mesmos rapazes… Fica a dica!

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